No dia 14 de fevereiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a MP Nº 1.162, que trouxe de volta o programa habitacional “Minha Casa Minha Vida”. A decisão foi vista de forma positiva pelo mercado da construção civil, mas ao mesmo tempo gerou preocupações em relação aos impactos a médio e longo prazo.
No post de hoje vamos abordar o histórico do programa, a sua influência na construção civil, como está o mercado atual e quais as tendências que virão neste ano.
Histórico do programa Minha Casa Minha Vida e Casa Verde e Amarela
O programa Minha Casa Minha Vida foi criado em 2009 com o intuito de facilitar o acesso à moradia para famílias de baixa renda.
Até 2020, o programa só tinha sofrido alterações que aumentavam sua importância e abrangência, como por exemplo:
Em 2011: inclusão de novas faixas de renda e a retirada da exigência de renda familiar mensal bruta limitada a R$ 1.395,00.
Em 2013: nova fase do programa Minha Casa Minha Vida.
Em 2015: novas regras e aumento da faixa de renda para inscrição no programa.
Em 2018: nova faixa de renda e a possibilidade do uso do FGTS para pagamento das parcelas.
Em 2020: o programa é renomeado para “Casa Verde e Amarela”.
E no ano de 2021, o programa habitacional sofreu um corte de R$ 1,5 bilhão de reais que paralisou as obras prometidas pelo projeto. Na ocasião, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, alertou que o veto no orçamento do projeto resultaria na demissão de cerca de 250 mil trabalhadores do setor da construção civil que estavam diretamente envolvidos com as construções.
E agora, no ano de 2023, o programa renasce com proposta de recomeçar as construções interrompidas das casas do projeto Casa Verde e Amarela.
Esse novo início vem também com a promessa de investimento no setor de R$ 9,5 bilhões e mais de duas milhões de residências entregues até 2026.
Por que o programa Minha Casa Minha Vida é importante para a construção civil?
Além de diminuir o déficit habitacional, o programa governamental é importante para construtoras e investidores pelos investimentos que são depositados no setor.
Esses investimentos alimentam um mercado que se movimenta através da promessa de estabilidade e previsibilidade com subsídios para quem participa do programa, que com a constante oferta de casas para os brasileiros, percebem o estímulo do desenvolvimento de projetos imobiliários e são atraídos pelas garantias de pagamento com Fundo Garantidor da Habitação Popular.
Como está o mercado da construção civil hoje?
Apesar do corte no programa feito em 2021, o setor da construção civil vem demonstrando um crescimento significativo, 2,9% em janeiro de 2022, segundo dados do próprio IBGE.
No entanto, há pessimismo para 2023 devido aos juros da taxa Selic, que com o aumento dos juros, os financiamentos imobiliários tendem a ficar mais caros e o acesso à crédito pode ser restrito, o que pode reduzir a demanda por imóveis e afetar o crescimento do setor.
Qual a tendência do material de construção civil para 2023?
Com a promessa de retomada do programa Minha Casa Minha Vida, as tendências estão voltadas para casas construídas com tecnologias sustentáveis e alta demanda por estruturas pré-moldadas.
Já que é prevista grande expansão de cidades inteligentes, uma das muitas tendências, inteligências artificiais na execução dos projetos e softwares de gestão de obras também estão em alta.
Resumindo, as expectativas para o mercado da construção civil em 2023 com a retomada do programa Minha Casa Minha Vida são de cautela, pois apesar de incentivar investidores e agentes construtores e imobiliárias, é preciso entender as consequências da transição de governo, aumento de juros e a falta de recursos financeiros. Além de que o setor depende da economia e da capacidade dos brasileiros de comprar e pagar suas parcelas em dia.
O texto da medida provisória ainda tem que ser aprovado pelo congresso, até lá estaremos de olho nas atualizações sobre o assunto. Você sempre pode conferir o nosso blog ou nos seguir no nosso instagram @grupo_concrenorte.