Temperamento dos bovinos: o que você deve saber
Melhorar o manejo de bovinos é essencial para alcançar os índices desejáveis de produtividade. Para isso, além da qualidade nutricional e da infraestrutura dos espaços que abrigam os bovinos, é importante prestar atenção ao temperamento dos bovinos e fatores que possam abalar o estado psicológico dos animais, como o medo e ansiedade. As condições de criação de bovinos, o manejo pré-abate e a maneira como os animais são abatidos influenciam na qualidade da carne.
Por que é importante observar o temperamento dos bovinos?
Pode parecer estranho falar em temperamento dos bovinos, mas é importante saber que animais da mesma espécie podem apresentar comportamentos distintos e reações psicológicas a fatores ambientais que causam medo, agitação, nervosismo, estresse, entre outras manifestações. Alguns são mais arredios, agitados, o que dificulta o confinamento em currais e o transporte. Outros animais são mansos, calmos, facilmente domesticados.
O conhecimento sobre psicologia animal pode ajudar, por exemplo, a melhorar a qualidade do manejo dos bovinos, que inclui atividades de rotina como vacinação, aplicação de vermífugo e outros medicamentos e pesagem. Esse cuidado reflete-se positivamente sobre a produção de carne e leite.
Bovinos que apresentam sinais de ansiedade, medo e estresse dificultam o manejo. Há uma necessidade maior de peões e tempo para a execução do trabalho, o implica em mais gastos e, mesmo assim, pode reduzir a produtividade do rebanho. Por esta razão, é fundamental manter a atenção sobre o temperamento dos bovinos para identificar aqueles que, realmente, são problemáticos, e, assim, melhorar a seleção genética, apartá-los dos outros animais e evitar acidentes durante o manejo.
Temperamento de bovinos: manejo inadequado aumenta medo, ansiedade e estresse
1.Golpes:
Cabeçadas e coices são comportamentos de bovinos estressados, de temperamento mais agressivo.
2.Movimentação na balança:
Animais de temperamento arredio e estressados deslocam-se o tempo todo no local de pesagem, movimentam a causa do rigor, querem mudar de posição.
3. Mugido:
Bovinos estressados podem mugir mais que o normal
4. Postura corporal:
Bovinos “temperamentais” respondem mal aos comandos, podendo ficar ajoelhados ou deitados no local de pesagem
5. Respiração:
Animais que apresentam respiração ofegante, ronco
6. Tensão:
Note a tensão muscular, olhos arregalados, expressão de nervosismo, agitação
7. Tentativa de fuga:
Alguns animais são mais avessos ao contato humano e a determinadas condições ambientais. Por isso, tentam escapar e, ao fazer isso, podem sofrer lesões físicas, machucar outros animais e até os peões responsáveis pelo manejo.
Observar o comportamento dos animais durante o manejo é essencial para antecipar as providências, antes que o problema torne-se mais grave, afetando o desempenho de produção e a qualidade de produtos com carne e leite.
O manejo adequado deve:
- Garantir aos animais nutrição de qualidade e água limpa, para que tenham um desenvolvimento saudável até o momento do abate
- Assegurar instalações confortáveis, evitando o excesso de animais no mesmo espaço
- A inspeção sanitária das áreas ocupadas por bovinos deve ser realizada periodicamente a fim de evitar a proliferação de agentes patagônicos como bactérias, fungos e parasitas. A disseminação de doenças afeta a produtividade do gado.
Curral antiestresse: estrutura de concreto pré-moldado
Uma forma de reduzir o estresse dos bovinos, especialmente aqueles de temperamento mais arredio, é o uso do curral antiestresse, construído em concreto pré-moldado.
O curral antiestresse é um modelo que ajuda a manter os animais mais tranquilos, porque a estrutura desse tipo de recinto imita o movimento circular, típico dos bovinos. Além disso, as curvas reduzem os estímulos visuais, e o piso antiderrapante evita o escorregamento e quedas, durante a movimentação dos animais.
Comparado ao curral tradicional, o curral antiestresse pré-moldado exige um investimento inicial maior. No entanto, à longo prazo, o custo é recompensado com o aumento da produtividade e da qualidade dos animais que serão abatidos. O curral pré-moldado também é mais resistente às intempéries e possui maior durabilidade.
Medo, ansiedade e estresse levam ao desequilíbrio fisiológico dos bovinos, com efeitos negativos para a qualidade da carne. A carne de um animal estressado, geralmente, é classificada como carne DFD: escura, dura e seca. Esse tipo de produto pode ser rejeitado pelo consumidor nacional e dificilmente encontrará compradores no mercado internacional.
Por esta razão, é fundamental investir na infraestrutura da fazenda e nas condições de manejo, até o abate, para produzir carnes de alta qualidade.
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