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Confinamento ou pasto: qual a melhor opção para o gado leiteiro? 

O objetivo desse artigo é, primeiramente, tentar mostrar a diferença entre confinamento e pasto, não apenas nos aspectos técnicos, mas levantando todos os aspectos financeiros e econômicos que envolvem a decisão entre adotar uma ou outra alternativa.

Além disso, temos a pretensão de ajudar com ponderações o criador de gado leiteiro a tomar decisões importantes acerca do modelo de criação, levando em conta a alimentação dos animais.

O tema que domina esse debate é a comparação entre os resultados de produtividade obtidos em dois sistemas: pastagens e confinamento. Por isso, tentaremos pontuar, ao longo do material, a diferença entre confinamento e pasto.

confinamento e pastoVisão holística para qualidade da escolha

Antes de tomar a decisão entre adotar o modelo de confinamento ou pasto, é preciso analisar o negócio de uma forma holística. Isso significa dominar as diversas variáveis que influenciam na lucratividade do negócio.

Uma série de fatores vai influenciar a lucratividade de qualquer atividade econômica. No que diz respeito propriamente à produção e, que é o nosso tema, essas variáveis são custo, produtividade e sazonalidade.

O custo é composto pela estrutura erguida para receber, abrigar e alimentar o gado, a mão de obra e os insumos necessários para manter a atividade ao longo do ano, como fertilização do solo e rações. É o que nos leva a analisar a diferença entre confinamento e pasto, levando em conta essas variáveis.

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Quando falamos em pastagens, não há dúvida de que o sistema de pasto, além de sugerir um custo menor, parece ser mais natural e suscita maior respeito pelo animal. Não obstante, é preciso considerar a sazonalidade, uma vez que em diversas partes do globo a oferta e qualidade do pasto não se mantêm durante todo o ano.

Nos Estados Unidos essa condição está presente em praticamente todo o território, razão pela qual o maior produtor de leite do mundo tem 90% do seu gado leiteiro criado e alimentado em sistema de confinamento. Enquanto isso, em países como a Nova Zelândia a criação é praticamente toda no pasto, consequentemente com custo mais baixo. O debate acerca de produtividade ganha, no entanto, um curso mais complexo quando considerada a liderança dos Estados Unidos na produção de leite de vaca.

Há, portanto, uma série de variáveis que precisa ser abordada e o produtor precisa fazer as contas. É preciso fazer um planejamento com base na relação custo x produtividade x ganho de escala x lucratividade final, que irão marcar a diferença entre confinamento e pasto, no que diz respeito aos resultados produzidos por cada alternativa.

Explicando melhor, não há dúvida de que erguer uma estrutura de confinamento traz um custo elevado em relação a soltar o boi no pasto. O próprio custo de manejo no confinamento é mais alto que o custo no pasto, assim como incide sobre o mesmo o custo da alimentação à base de cana-de-açúcar, silagem e/ou feno. Essa é uma diferença entre confinamento e pasto a ser levada em consideração, mas, como já observado, não pode ser o único indicador de decisão.

Solução híbrida pode ser a melhor escolha

O que se deve levar em consideração é o aumento de produtividade que pode decorrer da adoção do sistema de confinamento em relação ao de pastagem. É fato que esse ganho de produtividade existe, sendo decorrente da melhor condição para controle da qualidade nutricional e dos demais aspectos da criação, como controle da saúde do gado leiteiro. Essa é uma importante diferença entre confinamento e pasto que soma pontos para o sistema de confinamento.

Muitos criadores optam, no entanto, por uma solução híbrida, conciliando pasto e confinamento. Parece ser uma ótima ideia se levarmos em consideração a sazonalidade. No Brasil, em várias regiões, há uma oferta de forragem bastante satisfatória de novembro a março, que é período das chuvas, porém, de abril a outubro, a abundância dá lugar à escassez.

A vantagem desse sistema híbrido é que é possível ter um custo de produção reduzido quando a pastagem é farta e a manutenção da qualidade nutricional e da produtividade no período de escassez.

A orientação tem sido a de estabelecer uma rotina de prevenção, com produção de feno e silagem para reforçar a alimentação do gado nas épocas de seca. A produção na própria fazenda reduz os custos da alimentação em confinamento.

Por outro lado, ainda que haja uma defesa apaixonada do sistema a pasto, levando em conta o maior respeito à qualidade de vida do animal, não se tem percebido sinais de que os animais apresentem pior aspecto ou estresse em razão do confinamento, principalmente quando esse é feito em currais planejados, onde é levado em consideração o comportamento dos animais e a forma como percebem as coisas, reduzindo os riscos de lesões.

 

Condicionantes financeiras devem fazer parte da decisão

É preciso, ainda, levar em consideração uma variável financeira importante, que é o capital de giro. Essa variável deve ser levada em conta no momento em que se estrutura o negócio. Investir numa estrutura mais sofisticada de confinamento sem levar em conta a disponibilidade de caixa para as despesas, reservas para imprevistos e novos investimentos é uma conduta extremamente perigosa para o produtor.

Na verdade, é um planejamento como o de qualquer outro negócio. Tendo em vista o capital de giro, obviamente, é preciso diluir o custo de aquisição ou levantamento da estrutura de confinamento por um determinado período + custos de manutenção do gado e comparar com os ganhos de produtividade.

Sem dúvida alguma, o ideal é que o gado leiteiro ou engorda esteja bem nutrido durante todo o ano para manter alta a produtividade, de modo que seja possível obter ganhos em escala e previsibilidade no fluxo de caixa. O importante é ter em mente, sobretudo, os aspectos que marcam a diferença entre confinamento e pasto, de modo que as decisões sejam favorecidas por maior assertividade.

 

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